segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Talvez, vazio.

O ser humano é muito curioso. É capaz das maiores invenções e realizações ao mesmo tempo em que é incapaz das mais simples demonstrações de calor humano. Chamo calor humano porque não necessariamente você precisa amar alguém para demonstrar seus sentimentos de amizade, cordialidade, afeto, gentileza. Muitas vezes em um simples cumprimento você transmite sensações das mais maravilhosas possíveis. O seu sorriso muitas vezes pode ser um bálsamo para quem apenas passou por você naquele momento. Parece tão fácil...mas não é para muitos. Em alguns casos a rudeza dos sentimentos não deixa transparecer o mais doloroso dos sofrimentos. E o outro cai no vazio das relações humanas. Por que precisamos ser tão cruéis?!

domingo, 4 de outubro de 2009

Exercício da Liberdade

Quando o dia amanhece assim iluminado e quente, a energia do Universo parece ser transferida para o nosso corpo de forma instantânea. Queremos levantar e sentir o calor do tempo e aproveitar ao máximo o que o dia nos oferece. E podemos fazer isto. E temos desejo de fazer isto. Mas será que somos livres o bastante para chegar ao final do dia e nos sentirmos realizados? Esta pode ser uma pergunta capciosa porque faz parte de uma inquietação constante nossa, exercitar a nossa liberdade diariamente. Penso que ser livre, ou ser feliz, passa por um grande exercício diário. Em alguns momentos nos sentimos felizes, mas em segundos podemos perder esta sensação sem ao menos termos um motivo muito aparente para justificar esta mudança de estado de espírito. Ou foi porque o engarrafamento não nos deixou chegar à praia na hora que planejamos, ou àquela loja no Shopping não abrirá no domingo, ou porque o estacionamento deste mesmo estabelecimento está lotado e não temos onde estacionar o veículo, ou nossa companhia está de mau humor e estragou nosso dia que parecia tão interessante, enfim, há mil e uma atitudes e acontecimentos e companhias, todas exteriores a nós, que podem transformar nosso tão esperado momento de felicidade em um dia de terrível tédio. Nestes momentos me pergunto onde está nossa liberdade de mudar, ou fazer algo que não nos deixe ser levados por acontecimentos tão banais?! É neste exercício que eu penso, em princípio, mas depois o estendo para algo maior. Acho que a felicidade está muito atrelada a nossa capacidade de sermos livres. Não estou falando de egocêntricos ou não solidários, estou me perguntando na nossa capacidade de sermos livres de alma, e consequentemente, de corpo. Penso que talvez a liberdade de existir possa nos dar uma sensação de leveza tão grande que esta pode se tornar insuportável. Sentir-nos sem amarras, sem culpas e ressentimentos, e sermos responsáveis, nós mesmos, por tudo que construímos na vida, é uma grande responsabilidade e grande desafio de existir. Sempre o mais fácil é apontar no outro as responsabilidades por nossas mazelas, e como precisaremos sempre de um suporte para caminhar, melhor não cortar os cordões umbilicais naturais e “sintéticos”. E vamos construir teorias mis para justificar nossa falta de harmonia com os outros e nossa falta de felicidade. E se buscássemos uma harmonia com nós mesmos e uma tesoura bem afiada para cortar de uma vez por todas nossas amarras? Àquelas que nos impedi de criar, inventar, crescer e construir? E se errarmos, seremos nós mesmos os principais culpados, e daí? E quem nunca erra? Para mim a resposta é: Quem nunca faz. E se fizermos, podemos acertar, podemos testar, estamos exercitando. Estaremos sendo livres a cada dia e crescendo com nossas tentativas. A felicidade, esta será apenas uma conseqüência. E se conseguirmos ter a certeza de sermos livres, seremos felizes sem saber.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Primavera, um estado de espírito.


A casa é simples, como toda residência nas entranhas do semi-árido baiano. De apenas cinco cômodos, incluindo a cozinha, uma sala, dois quartos, um banheiro, mas um vasto campo onde correm as “criações”. Dentro da casa não faltam os eletrodomésticos como geladeira, fogão a gás e televisão. Ah, a televisão! Esta invenção que aproxima de certa forma os diferentes mundos. À noite, quando a família esperava a tão sonhada novela, a apresentadora do Jornal finalizou os trabalhos lembrando:
- Amanhã começa a primavera, exatamente às 18:00. Boa noite.
Assim que se despediu a elegante mulher.
O casal, sentado em frente às notícias do mundo, com ares de cansaço pela lida do dia, comenta:
- Verdade, amanhã já é primavera. Diz o marido, percebendo como o tempo passa depressa, e já não é tão jovem para perceber a chegada de uma nova estação.
- Você não acha que a primavera deveria ser no inverno? Questiona a mulher preocupada com a floração do umbuzeiro.
- Como é mulher, primavera no inverno? Retruca o marido.
-Sim. O verão é muito seco. É capaz de não dá umbu este ano. Não adianta nem floração assim! Se a primavera fosse no inverno era garantido a “molhação”. Imagina, já com este sol, não vai crescer um umbu doce.
- Só me faltava esta!!! Levanta-se o marido indignado com a mistura das idéias por conta da mistura das estações.........

Imagem retirada do site www.focadoemvoce.com/caatinga/fotos/umbuzeiro.jpg no dia 22 de setembro de 2009.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Final de inverno chegando.

Está chegando o final do inverno e ainda sinto frio. Busquei muitos cobertores para o frio que senti durante esta estação. Nos primeiros dias tive a sensação que não suportaria a temperatura polar, mas catei umas roupas ali, outra acolá, e o sono chegava bem na hora de dormir. Ao amanhecer sentia que precisava de todas as peças da noite para o trabalho do dia, e, em alguns momentos, o frio passava por entre os fios e chegava ao meu corpo me fazendo tremer. Eu queria chorar, mas agüentei. Agora, que estão acabando as temperaturas mais baixas, eu tenho medo de precisar, mesmo que não seja necessário, das mesmas roupas na próxima estação. Que o florescer da primavera me ajude a trocar de guarda-roupa!

Não trabalhamos com corte!

Quando nos deparamos com situações inusitadas, na maioria das vezes, acho que não encontramos palavras ou mesmo ficamos sem ação para comentá-las, e, em alguns casos, até enfrentá-las. E pensando nisto ultimamente, afinal estou em meio a tantas delas neste período, talvez seja o final do inverno e a proximidade da primavera que pode estar mexendo com os anseios alheios, que resolvi dividir com vocês um episódio bastante interessante. Em um lindo final de domingo, no meio a tantos sabores doces, cortei a palma da minha mão com a lata de leite condensado. Ai! Foi uma pequena fisgada de dor, mas decidi procurar um médico para avaliar se seria ou não necessária uma sutura. Fui à emergência mais próxima de minha casa. Ao chegar, com a mão ainda sangrando um pouco, talvez tenha perdido 3,5 ml de sangue, mas o suficiente para me assustar, fui direto à recepção:
- Senhora, por favor, eu tenho um corte na mão.
- Não trabalhamos com corte. Respondeu-me a delicada moça, sem ao menos se preocupar em olhar para o pano de prato que estancava o meu sangue.
- Não entendi, respondi.
- Nós não trabalhamos com corte, você terá que ir ao hospital ao lado.
Sem pensar, achei que seria o mais adequado naquele momento, fui ao Hospital ao lado.
- Senhor, eu tenho um corte na mão.
- Qual é o seu plano de saúde? Perguntou o simpático recepcionista.
- Respondi dizendo o nome do dito cujo.
- Não aceitamos seu plano.
Esta foi a resposta, apesar de eles trabalharem com corte.
Segui dali para o próximo hospital.
- Senhor, eu tenho um corte na mão. E completei dizendo qual o meu plano.
- Só aceitamos para maiores de 14 anos.
- Ufa que sorte, eu já tenho 15!
Agora, depois de tirar os pontos e perceber, inclusive, que eles resolveram apenas metade do problema, eu resolvi pensar sobre o ocorrido. Foi um absurdo, ou eu estou muito ultrapassada dos 14 anos? Talvez uma sugestão para entender o problema seja ler Zygmunt Bauman.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Chegada

Cheguei há algum tempo, não muito, mas suficiente para perder a aceleração adquirida durante esta maratona. Conhecer quatro países em dezoito dias é para quem tem vinte e poucos anos, e eu... vixe, já passei dessa marca há um bocadinho... Mas fiz. E este fazer sem saber que podia me fez mais... vamos dizer, capaz de poder fazer ainda mais. Foi com esta sensação que entrei na minha casa. Cheia de lindas recordações, ainda sentindo a presença de um alguém que parece não ter ido, mas se foi, e cheia da minha vida. Os primeiros dias foram de completa ansiedade para pôr em prática de imediato as mais novas aquisições da minha existência: capacidade em explorar o desconhecido, renovação de espírito, autoconhecimento, tolerância com o diferente, força para trabalhos novos e velhos, desejos renovados, vitalidade revigorada. E mesmo sabendo que seria impossível desta forma, continuei em ritmo de busca do acontecer. Engraçado como sabemos, mas teimamos em seguir o inevitável. Aqueles primeiros dias estavam recheados de tantas novidades que me fez exigir do meu corpo a satisfação dos anseios da alma. Mas a natureza é sábia e de alguma forma nos faz parar. E me fez de uma forma mais tola, mas necessária. E “de molho” tive que revirar o passado recente, derramar algumas poucas lágrimas, e desembrulhar e voltar a guardar situações que me feriram e me fizeram sofrer como nunca. E neste desarrumar, empacotando, percebi que minha bagagem adquirida no velho mundo vai se revelando aos poucos, com serenidade e paz. A viagem foi fantástica, as imagens inesquecíveis, os sabores indescritíveis, mas o retorno é vital. E agora me vejo testando os limites da força que preciso ter para seguir adiante. Agora não são mais limites físicos, mas sim emocionais. É sentir a necessidade de um colo e buscar os meus diferentes colos possíveis e maravilhosos; é assistir a um filme onde o meu interlocutor preferido não está presente e você desligar o aparelho e guardar o filme falando para seu espelho que foi um filme especial. E não sentir dor física, eu senti dor de saudades, mas com ar de prosperidade. Saudades, estas lágrimas não sei quando vou deixar de derramá-las, mas as de desespero, estas desapareceram. Talvez com a viagem, talvez com o tempo, talvez por perceber que não tenho mais raiva, enfim, não sei ao certo, mas o certo é que tenho uma paz no coração que me deixa feliz. E com esta sensação é que agradeço a imensa força que recebi da minha família e dos meus amigos para esta, como diria ele, travessia!

domingo, 2 de agosto de 2009

Santa Felicidade

Depois de atravessar a Ponte Vecchio me dei conta que existia ali uma Igreja chamada Santa Felicidade. Achei que seria uma excelente idéia saber que cara tem a Felicidade. Encontrei assim a Igreja:


Fiquei completamente desolada. Encontrei a porta da Santa Felicidade fechada. Mas fiquei ali por algum tempo, tentando perceber o lugar e a Igreja e pensando na minha sorte. Percebi o quanto a porta era bonita, os detalhes, as plantas em volta, ou seja, se estivesse aberta não teria esta contemplação. Fiquei ai feliz, pensando nas minhas viagens, deve ser assim, de olho no detalhes.








Os detalhes, a calmaria, são importantes no momento desta busca incansável nossa. Depois de um belo suspiro voltei ao meu mapa e descobrir que a S. Felicitá tinha ficado no outro quarteirão, esta era a S. Felice. Bem normal para a pessoa em questão este tipo de equivoco. Nao tive dúvidas, voltei e na outra esquina eis a S. Felicitá:





Não era nem mais bonita, nem mais detalhada, era sim, mais simples. Mas continuava fechada, e outra vez me deparei com sua porta. As Igrejas de Florença podem ter horários especiais para abrirem, mas a porta da felicidade, esta somos nos que temos as chaves. Não seria nesta, nem na outra que eu iria conhecer a cara da felicidade, porque a cara da felicidade depende de cada um de nós, do que faz cada um, com seus pequenos detalhes, feliz. Mas o fundamental é que a porta tanto da S. Felice quanto da S. Felicitá são por demais pesados, assim teremos que ter garra que abri-las. Esta, a tão procurada santa, exige coragem para encontrá-la!

Florença








Formosa por demais!!! Os romanos parecem ainda estar por aqui. É voltar no tempo e se sentir no agora. Uma sensação maravilhosa.

Siena



Falar sobre Siena é difícil. Uma cidade diferente de todas as que visitei até agora, a cidade de uma cor só! Impactante na sua grandiosidade e encantadora na sua simplicidade. Mágica com seu marrom envolvente e doce com seu ar fresco. Estar em Siena é se sentir na região da Toscana!

sábado, 1 de agosto de 2009

Saindo de Siena

Em Roma foi muito cansativo, pouco tempo e muita coisa. Fiquei muito cansada e não consegui postar novas fotos. Além do mais, Roma é muito parecida com Feira de Santana, o calor é infernal!!! Bom, pensei, em Siena atualizo. Mas....Siena é muito parecido com Queimadas...poucas opções, e quando você encontra um lugarzinho..o preço...prefiro não comentar. Para vocês terem uma idéia, estou na recepção do Hotel usando o único computador, que não reconhece entrada USB, esperando alguém chegar para fazer o check out, e aqui já são 10:00 da manhã. Ah sim, também é bom comentar que acabei de atender a uma hóspede japonesa que só fala japonês....uma beleza de comunicação. Ontem, tive que esperar o restaurante indicado pelo dono do hotel abrir, um deles, porque o outro estava fechado de férias. Então, tudo isto para dizer que fotos existem, mas....Talvez em Florença eu consiga. São coisas muito engraçadas na região da Toscana. Mas...pense em um lugar especial...é maravilhoso. Belíssimo!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Roma







Roma. É uma cidade maravilhosa, lindíssima. Tenho poucos dias para conhecer tanto tempo de vida. Mas...vamos a alguns lugares favoritos dos turistas!!! Comecei pelo Vaticano. Uau! Fiquei impressionada com a dimensão deste lugar. Fiquei feliz em ter ido conhecê-lo, lógico, afinal é sempre bom saber que não só a Ilze pode estar aqui, nós também!!! Mas foi a primeira Igreja que entrei e não consegui rezar, e todos sabem que entro, ajoelho e rezo. Mas justo no Vaticano não me senti vontade. Sai oprimida, com sentimentos confusos, do belo e do horror. Segui tímida para o Coliseo. Ai em me achei novamente. Dei duas voltas, uma no sentido horário e outro no anti-horário. Maravilhoso. E depois.....amanhã eu conto....

terça-feira, 28 de julho de 2009

Em direçã a Roma

Estou deixando Praga. Quando sai de Viena, estava com um gostinho de quero mais porque o tempo pareceu insuficiente para explorar tudo que Viena tem de bom, mas agora o sentimento é outro. Sinto uma vontade de ficar. O tempo foi o bastante para eu me sentir aprisionada pela cidade, os contornos de suas ruas parecem braços fortes que te aconchegam no colo e te dizem para não ir embora. O cheiro que se espalha em cada esquina te inspira a sonhar. Sonhar com diferentes sons e diferentes sabores. E quando você se depara com as margens do rio, aí você se entrega completamente, e um simples passo debaixo de uma ponte, não importa que não seja Paris, pode significar o desejo de bailar o tango de Carlos Gardel. Olhar para o outro lado e sentir que a lua ilumina os passos de volta para casa, e tão perto esta seu lar....no final só basta dizer,"Let me kiss your eyes". São os olhos da esperança que são acalentados em Praga!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Praga


Muitas vezes empregamos o nome praga para algo que se alastra tão rapidamente ou em grande quantidade, geralmente uma grande desgraça, mas Praga só tem de comum com esta definição no quesito "tomar conta" ou "se apoderar de tudo". Exatamente assim que você se encontra em Praga, tomado pela sua magia e encantamento, corpo e alma. É aqui que você se deixa levar pela vida, no passado, em tempo presente e nem quer saber do futuro! Conhecer Praga foi uma das grandes surpresas desta viagem. Sua idade deve contribuir para nos sentirmos mais aconchegado, acarinhado, aceito, enfim, em casa. Os caminhos de Praga sempre estão convidativos, seus prédios carregam detalhes estonteantes, e o povo, este é maravilhoso. Ainda com sua língua difícil de entender, eles tentam de todas as maneiras lhe ajudar. Cada espaço de Praga é especial, e eu fiquei maravilhada com este lugar. Talvez eu seja tão velha quanto esta velha cidade!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Saindo de Viena


Budapeste e Viena são maravilhosas, mas lógico que temos nossas preferências!!!! A minha é Viena. A cada dia você se apaixona pela cidade, como Paris. Os prédios são lindos, com detalhes encantadores. Aqui descobri que se perder significa encontrar lugares maravilhosos para conhecer antes de acertar o destino final. Uma boa metáfora para vida. Cada dia, um caminho; cada estágio, uma aventura; até encontrarmos algo especial no final de cada projeto. No quesito alimentação, também aqui como em Budapeste, não vi muitos progressos. Em cinco dias, três dias eu comi carne com pasta, em um o menu dizia Gulash, em outro, Fleisch Laibchen mit Kartoffelsalat, mas em bom português, "carne com macarrão". Mas consegui comer hot dog austríaco!!
Estou saindo com uma certa leveza na alma, a certeza de conseguir me virar em lugares nunca antes visitados. A sensação de independência começa a ganhar força assim como um grito de liberdade. Uma das melhores coisas, sorvete de pistache e pêssego na casquinha de sorvete, modelo antigo. Foi este o gosto da minha felicidade hoje.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Gustav Klimt


O que mais me atraia em Viena era a possibilidade de ver as obras do Klimt. Não sei precisar exatamente quando comecei a gostar de seus trabalhos, mas desde que o vi, fiquei completamente apaixonada. Não sei se as cores, ou os retratos femininos com tamanha sensualidade, ou a expressão de quem sabe, foi um grande curioso da alma feminina, o certo é que sempre me tocou suas imagens maravilhosas. Ver suas telas originais, sempre foi um grande sonho. Há um ano sonhei com este momento com uma magia especial, afinal iria realizar meu sonho com alguém especial. Aconteceu diferente, eu e Klimt nos encontramos sozinhos, sem mais ninguém ao lado. Só eu e ele, e a minha emoção foi tão grande que não me dei conta que faltava alguém. Porque na verdade não faltava. Era a minha a expectativa de conhecê-lo, era meu o encantamento pela sua sensibilidade, e quando minhas lágrimas derramaram de felicidade, percebi que especial sou eu. Adorável Gustav Klimt!

Qual a diferença???

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Eis o remédio!!!


Amigos, este é o verdadeiro remédio para os males...visitar Viena e conhecer o Museum de Freud. Aqui foi onde tudo começou....Acreditem... estou curada!!!!!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Budapeste




Mapas são muito úteis para você andar em uma cidade desconhecida...bem...devo confessar que tenho certa dificuldades com eles! Não sei bem se e falta de alguma enzima específica que ajuda na orientação, ou se e da "pessoa mesmo". Mas o caso é que tive hoje muita dificuldade em decidir se descia pela Somloi utca ou Kelenhegyi utca. Dizem que na descida "todos santos ajudam". Eu contava com isto quando voltava da Cidadella e me dirigia para o Budai Var. Mas é impressionante que eu me distanciava cada vez mais do meu objetivo. Resultado subi e desci o morro um par de vezes, literalmente explorando a montanha húngara. Cheguei, a beira do Danúbio, de onde partir, ou seja, fiz meu caminho em direção oposta ao Buda. Resultado: 4 horas da caminhada antes de conhecer o Magyar Nemzeti Galeria. Pelo menos, tirei bastante fotos de lá de cima!!!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Cheguei em Budapeste


Dizer que chegamos a um lugar significa para mim um encontro com algo que te toca na alma. Eis aqui a imagem que me fez sentir o verdadeiro sabor de estar em Peste. Amanhã talvez conheça algo parecido em Buda!!!

Vocês entendem isto???


Esta imagem é apenas para melhor entender o meu sufoco!!! Imagino que estão se divertindo....

domingo, 19 de julho de 2009

Kőbánya-Kispest

Nunca imaginei que tivesse algo em comum com o Tom Hanks. Pois bem amigos, hoje sinto-me atuando com ele em "The Terminal". Imagine que fiquei presa em um vagão de metro durante 10 min porque entrei quando este se dirigia para o estacionamento do fim de linha... Eu não sei como consegui chegar no Hostel depois deste susto. O pior, eu gritava para o único ser vivo que apareceu na minha frente..."Help me please", ele, do lado de fora, e eu, do lado de dentro com a cabeça pendurada na janela do vagão.. ele não me respondia nada. O diálogo não se realizou e minha paz só retornou depois que ele entrou no trem e voltamos a estação. Ele era o motorista e não conseguimos nos comunicar.....Precisava escrever, fazer a terapia e agora que consigo rir de mim mesma, vou voltar para explorar as ruas de Budapeste. Fotos... depois que encontrar um computador que funcione sem moedas.
PS: acentos nas palavras, esqueçam, o teclado não permite.

sábado, 18 de julho de 2009

Duomo di Milano



Iniciei meu passeio por Milano pela sua principal Cadetral: Duomo di Milano. Fiquei encantada com tamanha beleza. Podemos subir até o ponto mais alto, e de lá, simplesmente ser feliz!!!

Arrivo!!!!



Tudo o que disser sobre a chegada não será suficiente para descrever o que senti. Mas arrisco a dizer que o acolhimento foi como um bálsamo para quem precisa caminhar uma aventura e descobrir onde vai chegar. Cheguei em um lugar calmo e tranquilo, repleto de afeto e amor. Os sons, todos, estranhos, mas uma voz conhecida. Mostrar a imagem que mais traduz meus sentimentos neste momento pode ser a de um pote de cereja, desta vez, macia e soberana!!!

domingo, 5 de julho de 2009

Ir ou não ir, eis a questão!




Viajar: verbo intransitivo, andar por; percorrer, correr. Isto é o que diz o “Aurélio”, que inclusive, não é meu, tenho que lembrar de comprar um, bem, however, voltemos ao verbo. Parece maravilhoso quando nos deparamos com esta possibilidade na vida. Percorrer lugares diferentes, conhecer novas e diferentes culturas, interagir com diferentes pessoas, diálogos novos, e até, quiçá, novas línguas. Indubitavelmente, é um grande prazer viajar. Mas há um problema, e quando temos medo??? Podemos aqui pensar que a viagem pode oferecer riscos porque afinal não sabemos o que encontraremos: que tipo de pessoas poderemos nos aproximar, se nós seremos ou não presas fáceis para pessoas tiranas, daí o porquê é só permitido aos “mais velhos” viajar sozinhos. Pois bem, este é o medo mais, vamos dizer assim, “que está na cara”, no entanto, há outros tipos, e acho que um especial é o que mais me aflige no momento. O de andar por você mesmo, percorrer seus próprios ideais, e suas convicções. Não é à toa que viajar é intransmissível, você é o único que pode viver e experienciar estes novos fatos, e aproveitá-los. E aí penso estar na incógnita da questão, para não dizer “X”. Só àqueles de espírito leve podem ultrapassar as linhas da linearidade e fazer de uma viagem mais do que “ver” novos lugares. Estes podem ser capazes de se transformarem em melhores, ou piores, com suas novas experimentações. Pode ser uma atitude de liberdade, se não ficarmos presos aos velhos laços tiranos, ou de um melhor conhecimento de si mesmo. Existem muitos lugares em nós a serem descobertos que são inimagináveis a nossa própria consciência. E o pavor surge desta possibilidade. “O que vou enxergar em mim quando vir algo novo”? “O que mudarei depois de conhecer novas culturas”? E talvez esta seja a questão, “estamos ou não preparados para mudar”? O grande desafio da vida: o exercício da liberdade. Apesar do medo, e por ele, eu irei, mesmo com o risco de transformá-lo de uma vez!!! Espero ser de espírito leve!!!!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Rural




Não há crise para aqueles que têm dinheiro. Saímos nas ruas diariamente e percebemos que cada vez mais aumenta o número de carros na rua, cada um mais lindo do que o outro. São marcas renomadas com modelos mais avançados e modernos. Dizem que os motores também são ecológicos, que não tem problemas com o aquecimento global, se você mantém atualizada a revisão do seu novo carro do ano. Motores bem cuidados emitem menor quantidade de monóxido de carbono, é o que dizem as propagandas. Mas esta modernidade demorou um pouco para chegar a minha casa, talvez porque não sejamos ricos. Mas poderíamos comprar um carro mais popular, ora vamos! Os carros populares modernos também são ecológicos! O carro que tínhamos na garagem era uma Rural. Não, não é uma piada. Rural é o primeiro modelo de utilitários brasileiros. É um carro alto, robusto, pode ser posto em ação nas rodovias brasileiras, pois são ótimos para passar pelas crateras em cada esquina. A Rural também é um carro amplo, com espaço para bagagens grandes. Quem precisa de uma mudança e não vai levar muitos móveis, a Rural é uma boa solução. Na parte da frente cabem três pessoas e atrás, quase cinco, dependendo do peso. Não há separação entre os bancos da frente, pois não existem dois, há apenas o banco da frente, o câmbio de marchas é posicionado bem no meio do painel de controle, próximo as suas pernas, mas quase não atrapalha quem se senta próximo, é necessário apenas um pouco de atenção porque muitas vezes a força para mudança da marcha extrapola e você recebe como resultado um leve tapa nas batatas de suas pernas, o que é muito bom para ativar a circulação. A Rural é perfeita para piqueniques, o isopor com os refrigerantes pode ser levado na frente, nos seus pés, não se você é o motorista, claro, mas o carona, e no percurso você pode ir se refrescando. Se você for de estatura baixa, este sim é um problema. O banco único da Rural não é regulável, então ponha duas almofadas, daquelas de enchimento médio, e sente-se confortavelmente. Também neste automóvel vi surgir o combustível alternativo, sem precisar gastar cerca de dois mil reais para mudanças no motor. O espaço atrás, no bagageiro, cabe com folga, dois botijões de gás. O desempenho do carro é praticamente o mesmo. O único problema é que só percebemos que acabou o combustível quando o carro começa a engasgar, pois não há o sistema de luzes verdes sinalizando o volume de gás restante. Sim, a Rural engasga se não tem combustível suficiente. Ora vamos, todos os carros!!! Mas daí é só desconectar o relógio, que deve ser novo, e por o botijão reserva. É impressionante como este carro representou um marco no desenvolvimento de novas tecnologias. Ah, Rural! Como sinto saudades de você, do seu azul reluzente e de seus faróis parcialmente acesos, sim, sempre acontecia de um pequeno defeito na parte elétrica e foi! A luminosidade da Rural ficava comprometida. Mas deixa estar, tínhamos sempre uma lanterna com pilhas amarelinhas novas para estes momentos de sufoco. Poxa, não pensei em ir tão longe nas minhas memórias quando comecei a pensar no aumento de carros na ruas e nos problemas do trânsito. Era muito bom nos velhos tempos da Rural, mas tudo bem, agora o desejo é uma Tucson. Inevitável, vai uma frase melancólica, mas não terá a mesma graça!!!! Sobre a crise no trânsito, fica para próxima semana!

Imagem retirada da internet dia 28 de junho de 2009 de minimotor.zip.net/images/rural_willys_andre_rezende

terça-feira, 23 de junho de 2009

Morte e Velhice

Esta semana quero falar sobre morte e velhice. Não sei se pelos últimos acontecimentos funestos ou pelos últimos acontecimentos pessoais, enfim, sem mesmo saber as razões em si, quero escrever sobre o assunto. E para começar quero refletir sobre o nascimento. Este momento mágico para os pais, especialmente para as mães, pois, sem dúvida, são elas que literalmente “põem a mão na massa”, afinal geram, parem e dão broncas, mas que nós, cada um de nós, sequer se lembra do cheiro, quanto mais do momento. Mas imagino que deva ter sido um dos mais doloridos da nossa existência. Afinal, estávamos no ambiente mais aconchegante do mundo, respirando com ajuda de um meio fluido delicioso e, em questões de segundos, passamos para um mundo do ar seco. Não nos lembramos de nada, só sabemos o que nossos pais contam e o que contam os livros. Mas é o nosso primeiro ritual de passagem. E não é à toa que não o lembramos. Hoje, vivendo e vivenciando todos os nossos rituais de passagem, sabemos o quanto estes são sofridos e muitas vezes sofríveis. Mas até a metade da vida tudo parece cheio de graça, a infância, a puberdade e adolescência, a fase adulta, e os acontecimentos a estes relacionados, tudo parece nos levar para situações melhores e mais felizes principalmente porque teremos o que mais almejamos: a liberdade. Adultos, somos livres para nossas próprias escolhas, e talvez aí esteja o perigo. Exatamente neste ponto poderia começar a discorrer sobre vários aspectos dentro deste tema, mas hoje me prendo apenas no sentimento que temos ao chegar aos rituais seguintes, velhice e morte. Estes representam o fim de carreira, o topo da caminhada, é lá que devemos chegar se tudo correr bem nas nossas vidas, exatamente nesta ordem. E toda a empolgação, a vivacidade, e as esperanças cedem espaço para o desânimo, a apatia, as neuroses, a desesperança, as dores e a infelicidade. Que contradição! E justo neste momento que somos vencedores; é exatamente nestes rituais que podemos nos orgulhar da vida que tivemos, da história que escrevemos, dos laços que criamos. E porque afinal não é assim? Será que também sentirei estes maus presságios? Amigos, digo no futuro porque, estou perto, mas não cheguei lá ainda!!! E daí me preocupa. Mas reflito o que devo fazer para ser diferente. Como devo enfrentar cada dia para chegar aos próximos rituais com alegrias e contentamentos?! Não sei a resposta, mas estou com umas dicas. Considerando que o meu momento atual seja também um ritual de passagem, afinal estou sendo obrigada a me reinventar. Palavra bonita, mas difícil de vivê-la. E cada dia está sendo um “processo”: de aniquilar as dores e mágoas, lembrar que posso ser mais tolerante e paciente, exercitar a perseverança e crença na humanidade. Depois, ao chegar ao fim do dia, sinto-me como se tivesse nascido para um novo tempo, onde razão e sentimento convivem e não se excluem. Neste momento é apenas isto, talvez amanhã eu tenha outra idéia!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Meninas e Meninos de Décadas Diferentes

“Sair com mulher bonita, mais dinheiro você gasta? Vamos deixar passar a rede e daí a gente escolhe!” “Você já viu como o Wikipédia mudou a vida das pessoas?” Esta é a realidade dos meninos que nasceram na década de 1980. Que achamos disso, nós “meninas” da década de 1960? “Forró é a única dança que você dança no cangote da mulher!” Esta frase até parece mais interessante do que a anterior. A leveza e a graça com que eles falam é impressionante, não há maldade ou má intenção, é simplesmente a visão deles, lúdica e desejosa. Serão os hormônios? Os meninos da década de 1980 não passam 24 horas falando coisas sérias, eles ainda brincam. Entre eles os assuntos da atualidade são discutidos sem nenhum compromisso. “Quem é Jéssica Alba?” Pergunta um. “Participou do big brother?” Outro questiona. Na verdade, todos sabem quem são as pessoas e os programas, eles estão muito mais antenados do imagina nossa vã filosofia, mas discutem como se não fosse nada, ou nem se preocupam com o quê eles fazem ou o impacto dos programas que hoje as pessoas assistem, ou com o quê homens e mulheres estão lendo. São leves. E na leveza de ser de cada, os meninos da década de 1980 trabalham, estudam, questionam-se e o mais importante, vivem. E quando entram em uma sala de reunião, eles transformam-se em homens, talvez da década de 1950. As meninas da década de 1960 só reclamam! Da falta de atenção dos meninos contemporâneos, da atenção destes, e da falta de maturidade dos meninos da década seguinte. Reclamam, reclamam e reclamam, e não percebem que para conhecê-los precisam mais do que conviverem, precisam entender que, a cada tempo, um novo tempo surge. E parece que o tempo de hoje é da descontração e desconexão com o mundo real. Talvez, eles, os graciosos imaturos da década de 1980, estejam certos. O mundo real não está muito interessante para o momento, é muita gente reclamando e fazendo pouco. Talvez eles estejam trabalhando mais e dizendo menos. Talvez as mulheres da década de 1960 precisem passar a rede para perceberem!

domingo, 14 de junho de 2009

Tragédia Air France


O mês de junho chegou com uma tragédia. O vôo da Air France desapareceu sobre o oceano Atlântico na noite do dia 31 de maio. Chocou o mundo, foram 228 pessoas desaparecidas, e agora já sabemos mortas, de uma só vez pela queda deste avião. Os comandos da Aeronáutica e Marinha e representantes dos Governos Brasileiro e Francês não demoraram em apurar, investigar, falar, procurar, socorrer os parentes e as sociedades dos dois continentes. Todos queriam uma resposta pelo acontecido e todos, brasileiros e franceses, choravam de dor e angústia pelo acidente. No meio de inúmeras entrevistas, ouvi de um dos comentaristas ou especialistas, não recordo bem, dizer que quando ocorrem acidentes na aviação a busca é cada vez maior para aperfeiçoar os sistemas de segurança das aeronaves e na aviação de modo geral para evitar tragédias futuras. Então diante desse cenário fiquei pensando como um acidente desta natureza tem repercussões gigantescas, atinge autoridades até o mais alto escalão, famílias são indenizadas e confortadas, soluções são pensadas e executadas, como se nosso país, o Brasil, tivesse uma sociedade organizada, preocupada e civilizada. São atitudes e posturas de um país do primeiro mundo. O Brasil pode fazer este papel, o Brasil pode ser um país com tamanha civilidade, eis aí a comprovação. No entanto eu pergunto, mas por que apenas nos acidentes aéreos? Por que a mesma conduta social e política não é adotada em tantos outros setores necessitados? Diariamente somos tomados pelo susto de várias tragédias e não existem pequenas ou grandes tragédias: tirar uma única vida de forma violenta, já é uma tragédia com dores e angústias incalculáveis. Para conhecermos tais acontecimentos, basta-nos, nós brasileiros, abrir os primeiros jornais da manhã. São acidentes nas estradas e, nesse caso, não há necessidade de muitos peritos para conhecer as causas, qualquer leigo, como eu, já tem conhecimento: estradas mal conservadas, motorista alcoolizado ou mal preparado, veículos em má conservação e falta de respeito às sinalizações das estradas. Onde estão as indenizações dos parentes que sofreram tais tragédias? Cadê as melhorias após cada evento deste? Se estendermos nossa análise à violência gratuita nos assaltos, esses números tomam proporções ainda maiores. E ainda, descaso na saúde levando ao aumento da mortalidade em leitos hospitalares; falta de saneamento básico e a tragédia do mosquito da dengue já aparece com força total. Então não entendo e fico confusa; esse mesmo país, capaz de ações tão enérgicas e afirmativas, não pode atuar em outros setores? E a sociedade? Por que também não se posiciona de forma mais atuante em tais casos? Será o avião o meio de transporte, ainda para nós, algo tão absolutamente surpreendente que para a aviação são dadas todas as atenções? Ou será que já fizemos de assaltos e violência, degradação da saúde e acidentes nas estradas brasileiras, de fato, coisa de rotina e como tal, há que nos resignar? Saberá.