segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Fazenda Babilônia





Adoro imagens. Mas quando há nelas padrões, nem sempre gosto. Prefiro fotos com olhares fotográficos diferentes e as pinturas que nos fazem parar horas em contemplação para que saia da alma o significado que transmitem. Esta imagem é uma foto da parede de uma capela na Fazenda Babilônia, construída em 1800, em Pirenópolis, Goiás. Atualmente a Fazenda é aberta para visitação. É uma imagem muito simples, com flores quase vermelhas, talvez tenham sido muito vermelhas naqueles tempos, mas quase desbotadas e não sei se são rosas ou margaridas. Tem um padrão, colunas de flores e outras de aros, mas fiquei contemplando esta imagem por muito tempo. Não pelas flores, mas pelas correntes. Há uma certa harmonia com as flores, contudo as correntes representam o horror de uma época onde a escravidão se manifestava com toda sua crueldade. Os negros que viveram na Fazenda Babilônia pintaram a capela para Família e deixaram a mensagem do que guardavam no coração. Apesar de não sofrerem os castigos tradicionais porque custavam muito para os proprietários, ainda estavam presos a correntes e escravizados nos trabalhos pesados. Pintar flores talvez fosse o dever, exigência de mais uma tarefa, mas desenhar as correntes pode ter significado o direito de gritar suas angústias e dores.

sábado, 5 de novembro de 2011

E a culpa?







Sempre digo: "nós, mulheres, já nascemos culpadas". O que é uma tolice, porque há mulheres completamente livres, que vivem sem peso algum sobre os ombros...onde elas estão?!...rsrsrs. Mas o fato é que ainda acredito nisto. Nascemos culpadas. A boa notícia é que depois dos 40 anos estou me livrando das culpas. É uma delícia esta busca interior.... Sinto-me mais livre, corajosa, capaz, e com autoridade para dizer: “o que é isto amiga, livre-se desta culpa”, quando uma amiga me diz que sofre por ter ido a um lançamento de livro, não ter comprado o livro e o autor, dias depois, pediu o livro porque naquele dia não autografou o seu exemplar. A culpa pode ser um grande mal para a humanidade. Esta nos paralisa, nos deixa infelizes, nos mata. E por quê???? Ainda não sei!!!

Ontem ouvi de um jovem que eu pareço uma mulher sem medos. Fiquei perplexa, e ainda ouço estas palavras: “professora, e a senhora tem medo?!” Sim, eu tenho vários medos. Só que estou sendo corajosa em muitas situações, e a minha maior coragem está sendo a de me livrar das culpas. Eu agora estou aprendendo a ser responsável, e não mais culpada.

Imagem retirada do sítio http://noticiasdobem.wordpress.com/ no dia 05 de novembro de 2011.