segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Final de inverno chegando.

Está chegando o final do inverno e ainda sinto frio. Busquei muitos cobertores para o frio que senti durante esta estação. Nos primeiros dias tive a sensação que não suportaria a temperatura polar, mas catei umas roupas ali, outra acolá, e o sono chegava bem na hora de dormir. Ao amanhecer sentia que precisava de todas as peças da noite para o trabalho do dia, e, em alguns momentos, o frio passava por entre os fios e chegava ao meu corpo me fazendo tremer. Eu queria chorar, mas agüentei. Agora, que estão acabando as temperaturas mais baixas, eu tenho medo de precisar, mesmo que não seja necessário, das mesmas roupas na próxima estação. Que o florescer da primavera me ajude a trocar de guarda-roupa!

Não trabalhamos com corte!

Quando nos deparamos com situações inusitadas, na maioria das vezes, acho que não encontramos palavras ou mesmo ficamos sem ação para comentá-las, e, em alguns casos, até enfrentá-las. E pensando nisto ultimamente, afinal estou em meio a tantas delas neste período, talvez seja o final do inverno e a proximidade da primavera que pode estar mexendo com os anseios alheios, que resolvi dividir com vocês um episódio bastante interessante. Em um lindo final de domingo, no meio a tantos sabores doces, cortei a palma da minha mão com a lata de leite condensado. Ai! Foi uma pequena fisgada de dor, mas decidi procurar um médico para avaliar se seria ou não necessária uma sutura. Fui à emergência mais próxima de minha casa. Ao chegar, com a mão ainda sangrando um pouco, talvez tenha perdido 3,5 ml de sangue, mas o suficiente para me assustar, fui direto à recepção:
- Senhora, por favor, eu tenho um corte na mão.
- Não trabalhamos com corte. Respondeu-me a delicada moça, sem ao menos se preocupar em olhar para o pano de prato que estancava o meu sangue.
- Não entendi, respondi.
- Nós não trabalhamos com corte, você terá que ir ao hospital ao lado.
Sem pensar, achei que seria o mais adequado naquele momento, fui ao Hospital ao lado.
- Senhor, eu tenho um corte na mão.
- Qual é o seu plano de saúde? Perguntou o simpático recepcionista.
- Respondi dizendo o nome do dito cujo.
- Não aceitamos seu plano.
Esta foi a resposta, apesar de eles trabalharem com corte.
Segui dali para o próximo hospital.
- Senhor, eu tenho um corte na mão. E completei dizendo qual o meu plano.
- Só aceitamos para maiores de 14 anos.
- Ufa que sorte, eu já tenho 15!
Agora, depois de tirar os pontos e perceber, inclusive, que eles resolveram apenas metade do problema, eu resolvi pensar sobre o ocorrido. Foi um absurdo, ou eu estou muito ultrapassada dos 14 anos? Talvez uma sugestão para entender o problema seja ler Zygmunt Bauman.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Chegada

Cheguei há algum tempo, não muito, mas suficiente para perder a aceleração adquirida durante esta maratona. Conhecer quatro países em dezoito dias é para quem tem vinte e poucos anos, e eu... vixe, já passei dessa marca há um bocadinho... Mas fiz. E este fazer sem saber que podia me fez mais... vamos dizer, capaz de poder fazer ainda mais. Foi com esta sensação que entrei na minha casa. Cheia de lindas recordações, ainda sentindo a presença de um alguém que parece não ter ido, mas se foi, e cheia da minha vida. Os primeiros dias foram de completa ansiedade para pôr em prática de imediato as mais novas aquisições da minha existência: capacidade em explorar o desconhecido, renovação de espírito, autoconhecimento, tolerância com o diferente, força para trabalhos novos e velhos, desejos renovados, vitalidade revigorada. E mesmo sabendo que seria impossível desta forma, continuei em ritmo de busca do acontecer. Engraçado como sabemos, mas teimamos em seguir o inevitável. Aqueles primeiros dias estavam recheados de tantas novidades que me fez exigir do meu corpo a satisfação dos anseios da alma. Mas a natureza é sábia e de alguma forma nos faz parar. E me fez de uma forma mais tola, mas necessária. E “de molho” tive que revirar o passado recente, derramar algumas poucas lágrimas, e desembrulhar e voltar a guardar situações que me feriram e me fizeram sofrer como nunca. E neste desarrumar, empacotando, percebi que minha bagagem adquirida no velho mundo vai se revelando aos poucos, com serenidade e paz. A viagem foi fantástica, as imagens inesquecíveis, os sabores indescritíveis, mas o retorno é vital. E agora me vejo testando os limites da força que preciso ter para seguir adiante. Agora não são mais limites físicos, mas sim emocionais. É sentir a necessidade de um colo e buscar os meus diferentes colos possíveis e maravilhosos; é assistir a um filme onde o meu interlocutor preferido não está presente e você desligar o aparelho e guardar o filme falando para seu espelho que foi um filme especial. E não sentir dor física, eu senti dor de saudades, mas com ar de prosperidade. Saudades, estas lágrimas não sei quando vou deixar de derramá-las, mas as de desespero, estas desapareceram. Talvez com a viagem, talvez com o tempo, talvez por perceber que não tenho mais raiva, enfim, não sei ao certo, mas o certo é que tenho uma paz no coração que me deixa feliz. E com esta sensação é que agradeço a imensa força que recebi da minha família e dos meus amigos para esta, como diria ele, travessia!

domingo, 2 de agosto de 2009

Santa Felicidade

Depois de atravessar a Ponte Vecchio me dei conta que existia ali uma Igreja chamada Santa Felicidade. Achei que seria uma excelente idéia saber que cara tem a Felicidade. Encontrei assim a Igreja:


Fiquei completamente desolada. Encontrei a porta da Santa Felicidade fechada. Mas fiquei ali por algum tempo, tentando perceber o lugar e a Igreja e pensando na minha sorte. Percebi o quanto a porta era bonita, os detalhes, as plantas em volta, ou seja, se estivesse aberta não teria esta contemplação. Fiquei ai feliz, pensando nas minhas viagens, deve ser assim, de olho no detalhes.








Os detalhes, a calmaria, são importantes no momento desta busca incansável nossa. Depois de um belo suspiro voltei ao meu mapa e descobrir que a S. Felicitá tinha ficado no outro quarteirão, esta era a S. Felice. Bem normal para a pessoa em questão este tipo de equivoco. Nao tive dúvidas, voltei e na outra esquina eis a S. Felicitá:





Não era nem mais bonita, nem mais detalhada, era sim, mais simples. Mas continuava fechada, e outra vez me deparei com sua porta. As Igrejas de Florença podem ter horários especiais para abrirem, mas a porta da felicidade, esta somos nos que temos as chaves. Não seria nesta, nem na outra que eu iria conhecer a cara da felicidade, porque a cara da felicidade depende de cada um de nós, do que faz cada um, com seus pequenos detalhes, feliz. Mas o fundamental é que a porta tanto da S. Felice quanto da S. Felicitá são por demais pesados, assim teremos que ter garra que abri-las. Esta, a tão procurada santa, exige coragem para encontrá-la!

Florença








Formosa por demais!!! Os romanos parecem ainda estar por aqui. É voltar no tempo e se sentir no agora. Uma sensação maravilhosa.

Siena



Falar sobre Siena é difícil. Uma cidade diferente de todas as que visitei até agora, a cidade de uma cor só! Impactante na sua grandiosidade e encantadora na sua simplicidade. Mágica com seu marrom envolvente e doce com seu ar fresco. Estar em Siena é se sentir na região da Toscana!

sábado, 1 de agosto de 2009

Saindo de Siena

Em Roma foi muito cansativo, pouco tempo e muita coisa. Fiquei muito cansada e não consegui postar novas fotos. Além do mais, Roma é muito parecida com Feira de Santana, o calor é infernal!!! Bom, pensei, em Siena atualizo. Mas....Siena é muito parecido com Queimadas...poucas opções, e quando você encontra um lugarzinho..o preço...prefiro não comentar. Para vocês terem uma idéia, estou na recepção do Hotel usando o único computador, que não reconhece entrada USB, esperando alguém chegar para fazer o check out, e aqui já são 10:00 da manhã. Ah sim, também é bom comentar que acabei de atender a uma hóspede japonesa que só fala japonês....uma beleza de comunicação. Ontem, tive que esperar o restaurante indicado pelo dono do hotel abrir, um deles, porque o outro estava fechado de férias. Então, tudo isto para dizer que fotos existem, mas....Talvez em Florença eu consiga. São coisas muito engraçadas na região da Toscana. Mas...pense em um lugar especial...é maravilhoso. Belíssimo!