quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Chegada

Cheguei há algum tempo, não muito, mas suficiente para perder a aceleração adquirida durante esta maratona. Conhecer quatro países em dezoito dias é para quem tem vinte e poucos anos, e eu... vixe, já passei dessa marca há um bocadinho... Mas fiz. E este fazer sem saber que podia me fez mais... vamos dizer, capaz de poder fazer ainda mais. Foi com esta sensação que entrei na minha casa. Cheia de lindas recordações, ainda sentindo a presença de um alguém que parece não ter ido, mas se foi, e cheia da minha vida. Os primeiros dias foram de completa ansiedade para pôr em prática de imediato as mais novas aquisições da minha existência: capacidade em explorar o desconhecido, renovação de espírito, autoconhecimento, tolerância com o diferente, força para trabalhos novos e velhos, desejos renovados, vitalidade revigorada. E mesmo sabendo que seria impossível desta forma, continuei em ritmo de busca do acontecer. Engraçado como sabemos, mas teimamos em seguir o inevitável. Aqueles primeiros dias estavam recheados de tantas novidades que me fez exigir do meu corpo a satisfação dos anseios da alma. Mas a natureza é sábia e de alguma forma nos faz parar. E me fez de uma forma mais tola, mas necessária. E “de molho” tive que revirar o passado recente, derramar algumas poucas lágrimas, e desembrulhar e voltar a guardar situações que me feriram e me fizeram sofrer como nunca. E neste desarrumar, empacotando, percebi que minha bagagem adquirida no velho mundo vai se revelando aos poucos, com serenidade e paz. A viagem foi fantástica, as imagens inesquecíveis, os sabores indescritíveis, mas o retorno é vital. E agora me vejo testando os limites da força que preciso ter para seguir adiante. Agora não são mais limites físicos, mas sim emocionais. É sentir a necessidade de um colo e buscar os meus diferentes colos possíveis e maravilhosos; é assistir a um filme onde o meu interlocutor preferido não está presente e você desligar o aparelho e guardar o filme falando para seu espelho que foi um filme especial. E não sentir dor física, eu senti dor de saudades, mas com ar de prosperidade. Saudades, estas lágrimas não sei quando vou deixar de derramá-las, mas as de desespero, estas desapareceram. Talvez com a viagem, talvez com o tempo, talvez por perceber que não tenho mais raiva, enfim, não sei ao certo, mas o certo é que tenho uma paz no coração que me deixa feliz. E com esta sensação é que agradeço a imensa força que recebi da minha família e dos meus amigos para esta, como diria ele, travessia!

2 comentários:

  1. Como diria meu finado pai: "bola pra frente"! (Rindo da piada interna) :)

    Vamos marcar um cafezinho no seu retorno, dessa vez deixo vc escolher o lugar. rsrsrs

    Bjs!

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  2. Tê vc é muito especial, sensível, poética, bem-humorada, sedutora e por ai vai...........enfim uma delícia!
    Continue na sua busca amiga, na verdade esse é nosso caminho!
    Bjs

    Iara

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