segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Talvez, vazio.

O ser humano é muito curioso. É capaz das maiores invenções e realizações ao mesmo tempo em que é incapaz das mais simples demonstrações de calor humano. Chamo calor humano porque não necessariamente você precisa amar alguém para demonstrar seus sentimentos de amizade, cordialidade, afeto, gentileza. Muitas vezes em um simples cumprimento você transmite sensações das mais maravilhosas possíveis. O seu sorriso muitas vezes pode ser um bálsamo para quem apenas passou por você naquele momento. Parece tão fácil...mas não é para muitos. Em alguns casos a rudeza dos sentimentos não deixa transparecer o mais doloroso dos sofrimentos. E o outro cai no vazio das relações humanas. Por que precisamos ser tão cruéis?!

domingo, 4 de outubro de 2009

Exercício da Liberdade

Quando o dia amanhece assim iluminado e quente, a energia do Universo parece ser transferida para o nosso corpo de forma instantânea. Queremos levantar e sentir o calor do tempo e aproveitar ao máximo o que o dia nos oferece. E podemos fazer isto. E temos desejo de fazer isto. Mas será que somos livres o bastante para chegar ao final do dia e nos sentirmos realizados? Esta pode ser uma pergunta capciosa porque faz parte de uma inquietação constante nossa, exercitar a nossa liberdade diariamente. Penso que ser livre, ou ser feliz, passa por um grande exercício diário. Em alguns momentos nos sentimos felizes, mas em segundos podemos perder esta sensação sem ao menos termos um motivo muito aparente para justificar esta mudança de estado de espírito. Ou foi porque o engarrafamento não nos deixou chegar à praia na hora que planejamos, ou àquela loja no Shopping não abrirá no domingo, ou porque o estacionamento deste mesmo estabelecimento está lotado e não temos onde estacionar o veículo, ou nossa companhia está de mau humor e estragou nosso dia que parecia tão interessante, enfim, há mil e uma atitudes e acontecimentos e companhias, todas exteriores a nós, que podem transformar nosso tão esperado momento de felicidade em um dia de terrível tédio. Nestes momentos me pergunto onde está nossa liberdade de mudar, ou fazer algo que não nos deixe ser levados por acontecimentos tão banais?! É neste exercício que eu penso, em princípio, mas depois o estendo para algo maior. Acho que a felicidade está muito atrelada a nossa capacidade de sermos livres. Não estou falando de egocêntricos ou não solidários, estou me perguntando na nossa capacidade de sermos livres de alma, e consequentemente, de corpo. Penso que talvez a liberdade de existir possa nos dar uma sensação de leveza tão grande que esta pode se tornar insuportável. Sentir-nos sem amarras, sem culpas e ressentimentos, e sermos responsáveis, nós mesmos, por tudo que construímos na vida, é uma grande responsabilidade e grande desafio de existir. Sempre o mais fácil é apontar no outro as responsabilidades por nossas mazelas, e como precisaremos sempre de um suporte para caminhar, melhor não cortar os cordões umbilicais naturais e “sintéticos”. E vamos construir teorias mis para justificar nossa falta de harmonia com os outros e nossa falta de felicidade. E se buscássemos uma harmonia com nós mesmos e uma tesoura bem afiada para cortar de uma vez por todas nossas amarras? Àquelas que nos impedi de criar, inventar, crescer e construir? E se errarmos, seremos nós mesmos os principais culpados, e daí? E quem nunca erra? Para mim a resposta é: Quem nunca faz. E se fizermos, podemos acertar, podemos testar, estamos exercitando. Estaremos sendo livres a cada dia e crescendo com nossas tentativas. A felicidade, esta será apenas uma conseqüência. E se conseguirmos ter a certeza de sermos livres, seremos felizes sem saber.